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Sema e Inema coordenam atualização do Plano de Manejo do Parque da Serra do Conduru com comunidades do sul da Bahia
Uma ampla mobilização está em curso no município de Itacaré para atualizar o Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Conduru. De 7 a 11 de j...
10/07/2025 17h15
Por: Redação Fonte: Secom Bahia

Uma ampla mobilização está em curso no município de Itacaré para atualizar o Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Conduru. De 7 a 11 de julho, representantes das comunidades do entorno, empreendedores locais, organizações da sociedade civil, pesquisadores e gestores públicos participam de uma oficina participativa para propor novas diretrizes que orientarão a gestão dessa área protegida. Além da atualização do Plano de Manejo, será elaborado o Plano de Uso Público Simplificado, que definirá regras para o acesso e a visitação no parque.

Durante as oficinas promovidas pela Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema) e pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), os participantes apontaram dois desafios prioritários: a regularização fundiária, que se refere à definição clara da posse e propriedade das terras dentro e no entorno da unidade, e a integração com a comunidade local. Para responder a essas demandas, a revisão do plano, prevista no Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA) do Porto Sul, busca tornar a gestão da unidade mais eficiente e estimular o envolvimento da população na sua preservação.

Para Poliana Gonçalves, coordenadora de Programas e Projetos da Sema, o contato direto com as comunidades tem sido importante para alinhar o planejamento às realidades locais. "As oficinas têm permitido validar demandas já identificadas e, ao mesmo tempo, ajustar estratégias com base nas prioridades apontadas pela população. A presença da equipe técnica da Sema e do Inema, com apoio técnico da consultoria Seleção Natural, garante esse diálogo e reforça o caráter participativo do processo", destacou.

O processo participativo iniciou-se em 2023, com visitas técnicas, produção de documentos e reuniões temáticas sobre a Unidade de Conservação. Desde então, vem sendo construído com a participação de gestores públicos, empreendedores, comunidades locais, equipes técnicas do Estado e representantes do Parque da Serra do Conduru, das APAs Costa de Itacaré/Serra Grande e Lagoa Encantada e Rio Almada, além do Parque da Ponta da Tulha. "Esse processo garante que os novos instrumentos de gestão reflitam as necessidades locais e as diretrizes de conservação", destaca Poliana.

Participação coletiva

Representando a Rede de Educação Ambiental da Bahia (Reaba), que integra o conselho gestor do Parque, Breno Pessoa destacou a força do processo coletivo na revisão do plano de manejo. Segundo ele, a oficina conseguiu reunir atores estratégicos, promovendo uma escuta qualificada e produtiva. “A metodologia bem conduzida, aliada à participação ativa de diversos setores, gerou debates ricos e contribuições valiosas. Foram cinco dias intensos de construção conjunta, que resultaram em um documento mais plural e alinhado às realidades locais”, avaliou.

A avaliação é compartilhada por Maria Eduarda, gestora da APA Lagoa Encantada e Rio Almada, que reforçou a importância do envolvimento direto das comunidades. Para ela, o processo participativo é essencial para que o plano de manejo represente de fato o território. “Esse diálogo permite compreender a realidade atual da unidade, traçar metas possíveis e fortalecer os vínculos com quem vive, trabalha e se beneficia do parque. É dessa construção coletiva que nasce uma gestão mais efetiva e conectada com as necessidades do local”, pontuou

A revisão dos planos de manejo das quatro unidades de conservação (Conduru, Costa de Itacaré/Serra Grande, Lagoa Encantada e Rio Almada, e Ponta da Tulha) é uma etapa fundamental para fortalecer a gestão ambiental no território. A ação atende às diretrizes do Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA), firmado em 2019 e executado desde 2020, como medida de mitigação ligada ao complexo portuário de Ilhéus (Porto Sul). O objetivo é conciliar preservação ambiental com desenvolvimento econômico de forma planejada e integrada.

Refúgio da Mata Atlântica

O Parque Estadual da Serra do Conduru é um dos importantes refúgios da Mata Atlântica no sul da Bahia. Com cerca de 9.275 hectares, a unidade de conservação abrange áreas dos municípios de Ilhéus, Uruçuca e Itacaré. O acesso principal ao parque é feito pela rodovia BA-001, que liga Ilhéus a Itacaré, facilitando a chegada de visitantes e pesquisadores. Além de conservar nascentes, o parque contribui para o equilíbrio climático e o bem-estar das populações do entorno. Localizado na Costa do Cacau, no Corredor Central da Mata Atlântica, também oferece trilhas, mirantes e cachoeiras.

Na Bahia, a gestão das Unidades de Conservação é compartilhada entre a Sema, responsável pelas diretrizes e articulações institucionais, e o Inema, que executa as ações técnicas, incluindo elaboração, implementação e revisão dos planos de manejo. Essa atuação integrada busca maior efetividade na aplicação das políticas ambientais, fortalecendo o uso sustentável dos recursos naturais e promovendo uma gestão territorial participativa.

Fonte

Ascom/Inema