Recôncavo Baiano Cachoeira
Em Cachoeira, no coração do Recôncavo Baiano, os tambores do samba ecoam em reverência à vida de Dalva Damiana de Freitas, a imortal Dona Dalva
No dia 27 de setembro, quando o povo celebra os santos Cosme e Damião, é também o momento de homenagear a matriarca do samba de roda, que completa gloriosos 97 anos de história e tradição.
28/09/2024 11h13
Por: Redação Fonte: Redação SCR Recôncavo
Foto: Naiane Santos

Dona Dalva, mais que uma artista, é uma guardiã das memórias e ritmos ancestrais. Ex-charuteira da Fábrica de Charutos Suerdick, foi ali que, em meio à labuta diária, fez nascer o samba de roda que, hoje, transborda da sua alma para o mundo. Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano, ela carrega em si o reconhecimento da resistência, da sabedoria e da força do povo preto, sobretudo da mulher preta.

Na Praça da Aclamação, onde sua presença reverbera como força vital, a Casa do Samba de Roda de D. Dalva acolhe os passos e vozes dos que se reúnem para celebrar um dos carurus mais tradicionais de Cachoeira. Centenas de pessoas se unem em louvor à sua vida, partilhando não apenas a comida sagrada, mas a história de luta e celebração que Dona Dalva carrega com maestria.

Membro da Irmandade da Boa Morte, desde seus 17 anos Dona Dalva oferta o caruru como ato de devoção e comunhão, reafirmando o laço entre fé, cultura e resistência. A comunidade, que com ela caminha, já vislumbra com alegria o centenário da sambadeira, esperando que, no compasso de cada ano, ela siga iluminando os caminhos com sua sabedoria.