Reaproveitamento de materiais, reforma de poltronas e coleta de águas pluviais são algumas práticas adotadas na reforma
Em meio à maior obra de requalificação da sua história, o Teatro Castro Alves (TCA), por meio da Secretaria Estadual de Cultura da Bahia (Secult-BA) e da Fundação Cultural (Funceb), reforça o compromisso com o meio ambiente ao adotar práticas sustentáveis no projeto do “Novo TCA”. Neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o equipamento cultural celebra não apenas o avanço da obra, mas também a prática da sustentabilidade como um dos pilares do processo para preservação da memória e dos seus recursos.
Tombado pelo Iphan em 2014 como patrimônio cultural do Brasil, o Teatro Castro Alves passa por sua terceira e mais abrangente etapa de reformas, um projeto que representa a consolidação do Novo TCA. A obra tem cinco eixos de melhorias: acessibilidade, restauro, segurança, atualização tecnológica e sustentabilidade. Esses pilares da reforma reforçam a função do Teatro Castro Alves como referência não apenas artística, mas também ambiental.
“Trazer o conceito de sustentabilidade para essa intervenção foi uma exigência no projeto do Novo TCA. Não se trata apenas de modernização, mas também sobre reaproveitar o que tem valor, tanto cultural quanto ambiental. Por exemplo, que todo material retirado do palco, porque a gente sabia que alguns materiais já não cumpriam sua performance acústica, fossem reaproveitados dentro do Complexo”, explica o Diretor Geral do TCA, Moacyr Gramacho.
O secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, destaca que a intervenção tem sido conduzida com responsabilidade pelo Governo do Estado, unindo modernização e compromisso ambiental.
"Desde o início, a sustentabilidade é uma premissa dos trabalhos. Estamos combinando a preservação de um patrimônio com a necessidade de modernização, adaptando o teatro aos novos tempos em que a sustentabilidade é um compromisso imperativo", pontua o secretário Bruno Monteiro.
Entre as principais ações sustentáveis adotadas durante a obra, se destacam:
Restauro das 1.554 poltronas da Sala Principal por empresa especializada, garantindo a preservação deste patrimônio tombado e exemplar da arquitetura moderna nacional.
Reutilização de materiais em bom estado, como espelhos, luminárias e lambri de madeira, que estão sendo cuidadosamente armazenados para reaproveitamento em outros ambientes do TCA ou em equipamentos culturais do Governo do Estado.
Aproveitamento das madeiras das coxias e do palco principal, que serão incorporadas à estrutura do novo Laboratório Cenográfico, espaço voltado à experimentação cênica e à inovação técnica no Centro Técnico do TCA.
Implantação de sistema de captação de águas pluviais no Edifício Principal, com armazenamento em reservatório próprio para uso na limpeza das áreas externas e na irrigação dos jardins do Complexo.
O diretor Moacyr Gramacho destaca também o objetivo de criar novos móveis a partir do reuso desses materiais. Assim, será possível transformar madeira nobre remanescente da obra em cadeiras, mesas e aparadores que irão compor os diversos ambientes do teatro. “É uma maneira criativa e comprometida de dar uma nova vida ao que já pertence ao TCA, sem perder sua carga afetiva, histórica e material”, completa Moacyr Gramacho.
O novo Laboratório Cenográfico, em construção, surge como um espaço fundamental dentro do Centro Técnico, que já abriga ateliê de costura, guarda-roupa, canteiro de produção de cenários, carpintaria e serralheria. Com dimensões semelhantes ao palco da Sala Principal, ele permitirá que equipes testem luz, cenário, figurinos e marcações cênicas antes da estreia. A estrutura fortalece a cadeia produtiva da cultura e amplia o papel do TCA como polo de inovação e apoio à criação artística.
Novo TCA -Com inauguração prevista para 2026, a terceira etapa de reforma do Novo TCA tem investimento total de R$ 260 milhões. As obras incluem a modernização da Sala Principal, o restauro do Foyer, a requalificação do Jardim Suspenso e melhorias no Centro Técnico, nas salas administrativas e nas estruturas dos corpos artísticos — o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) e a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA).
Resultado de um concurso público de arquitetura em 2010, o Novo TCA já teve duas etapas entregues — a Concha Acústica e o Edifício Garagem (2016) e a Sala do Coro (2018). Agora, com essa transformação, o teatro se consolida como um espaço moderno, seguro, acessível e conectado com todas as formas de arte, sem perder sua identidade histórica.
Fonte
Ascom/TCA
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