A cidade de Cachoeira, localizada no coração do Recôncavo Baiano, celebra nesta quinta-feira (13) seus 188 anos de emancipação política, destacando-se como um dos principais símbolos históricos e culturais da Bahia. Com ruas de paralelepípedos e casarões coloniais nem sempre preservados, o município é conhecido por sua rica tradição cultural, protagonismo na luta pela independência do Brasil e importante papel no desenvolvimento econômico regional.
Reconhecida como Monumento Nacional desde 1971 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Cachoeira preserva construções que datam dos séculos XVII e XVIII, como a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário e a Câmara Municipal. O centro histórico é um verdadeiro museu a céu aberto, atraindo turistas e pesquisadores interessados em explorar o passado glorioso da cidade.
Além de sua arquitetura imponente, Cachoeira é berço de importantes manifestações culturais, como a Festa da Boa Morte, uma das mais tradicionais celebrações religiosas de matriz africana no Brasil, que destaca a força da ancestralidade e do sincretismo religioso na região. A cidade também é conhecida por sua forte ligação com a música, o artesanato e a gastronomia, elementos que reforçam sua identidade cultural.
No contexto histórico, Cachoeira teve um papel fundamental na luta pela independência do Brasil na Bahia, sendo palco de importantes mobilizações populares contra as tropas portuguesas. Em 25 de junho de 1822, a cidade foi palco de um dos mais importantes eventos da resistência brasileira, sendo posteriormente reconhecida pela então regente, D. Pedro I, como "Heroica Cidade de Cachoeira".
Além de seu protagonismo político e cultural, Cachoeira também exerceu papel estratégico no desenvolvimento econômico da região. Sua localização privilegiada às margens do rio Paraguaçu tornou a cidade um importante ponto de interiorização do desenvolvimento para o sertão. Cachoeira foi a porta de entrada das expedições que seguiam rumo ao interior e o principal porto de escoamento, para Salvador, da produção dos engenhos de açúcar localizados às margens do rio. Esse fluxo comercial foi essencial para consolidar a cidade como um dos principais centros econômicos da Bahia durante o período colonial.
Hoje, ao completar 188 anos, Cachoeira reafirma sua importância como guardiã da memória nacional, como referência cultural do Recôncavo Baiano e como marco na história econômica da região. A cidade celebra sua história com orgulho, mantendo vivas suas tradições e encantando todos que percorrem suas charmosas ruas e becos centenários.
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