Bahia reforça compromisso com a preservação no Dia de Proteção às Florestas

Nesta quinta-feira (17), quando é celebrado o Dia de Proteção às Florestas, a Bahia reafirma seu compromisso na conservação dos biomas, por meio de ações articuladas da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). A data chama atenção para a importância das florestas na manutenção da vida: elas ajudam a equilibrar o clima, absorver gases do efeito estufa, conservar a água, além de abrigarem uma imensa biodiversidade e fornecerem alimentos e princípios ativos para medicamentos.

Programa Bahia Sem Fogo

Os incêndios florestais estão entre os principais desafios ambientais enfrentados atualmente no Brasil e no mundo. Considerados eventos climáticos extremos, têm se intensificado nas últimas décadas, causando graves impactos ambientais, sociais e econômicos. Esses eventos liberam grandes quantidades de gases de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global, poluindo a atmosfera e acelerando processos como o desmatamento, desertificação e perda da biodiversidade.

Nesse contexto, a Bahia tem adotado uma postura proativa com o fortalecimento do Programa Bahia Sem Fogo, que busca minimizar os efeitos danosos causados pelas queimadas por meio de ações integradas, coordenadas pela Sema e pelo Inema. Uma das principais estratégias é a Caravana Bahia Sem Fogo, uma ação educativa e preventiva que percorre os municípios baianos mais vulneráveis aos incêndios.

Neste mês de julho, a Caravana chega à região Norte da Bahia, em sua 2ª fase da 3ª etapa, visitando os municípios de Jaguarari, Senhor do Bonfim, Pindobaçu, Saúde, Jacobina e Miguel Calmon. Com foco na mobilização social e na construção de uma cultura de prevenção, a Caravana promove oficinas, encontros comunitários e rodas de diálogo sobre os riscos e os danos causados pelo uso indevido do fogo.

A superintendente de Inovação e Desenvolvimento Ambiental da Sema, Vânia Almeida, ressalta a importância da iniciativa diante do cenário climático atual. “Estamos vivendo um tempo em que os eventos extremos estão se tornando cada vez mais frequentes. Os incêndios florestais já são uma realidade que exige atitudes urgentes. Por isso, a Caravana Bahia Sem Fogo vai além de uma campanha, ela é um instrumento de governança territorial, que mobiliza comunidades, lideranças e gestores públicos para compartilhar responsabilidades e fortalecer a cultura da prevenção. Só assim conseguiremos reduzir os impactos do fogo nas florestas, proteger vidas e manter os serviços ecossistêmicos essenciais para o equilíbrio ambiental”, destaca.

Além da caravana, a Operação Ronda Verde é outra ação do programa voltada para a proteção das florestas. A iniciativa atua com blitzes educativas em rodovias e áreas urbanas de grande circulação, orientando motoristas, passageiros e moradores sobre os riscos e penalidades das queimadas ilegais. Em paralelo, são realizadas rondas em comunidades rurais, com palestras, rodas de conversa e visitas a propriedades com histórico de ocorrência de incêndios, promovendo a conscientização sobre o uso do fogo e a suspensão da Declaração de Queima Controlada (DQC) durante a estiagem.

Juntamente com a fiscalização, o programa tem investido fortemente na capacitação técnica de profissionais que atuam na linha de frente da prevenção e combate aos incêndios florestais. No mês de abril, a Sema promoveu uma formação estratégica sobre o uso de ferramentas climáticas e de satélite para gestores de Unidades de Conservação (UCs), bombeiros, brigadistas e técnicos da Defesa Civil.

Unidades de Conservação: Guardiãs da biodiversidade baiana

As Unidades de Conservação (UCs) desempenham papel essencial na preservação das florestas e dos ecossistemas do estado. Criadas por lei, essas áreas funcionam como refúgios para inúmeras as espécies da fauna e flora, promoção de serviços ecossitemicos fundamentais para qualidade de vida da população e de todas as espécies e asseguram o uso sustentável dos recursos naturais. A Sema é responsável pela criação de Unidades de Conservação entre as quais o reconhecimento de mais de 90 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) e atualmente coordena a elaboração ou revisão de 11 planos de manejo, enquanto que o Inema é responsável pela execução da política de gestão das 45 Unidades de Conservação.

Neste Dia de Proteção às Florestas, destaca-se a relevância da conservação de paisagens no sul do estado, com ênfase no Parque Estadual da Serra do Conduru (PESC). Unidade de Conservação de proteção integral, reconhecida como área núcleo do Corredor Central da Mata Atlântica (um dos principais hotspots de biodiversidade do planeta). Com 9.275 ha cobertos por Floresta Ombrófila Densa (floresta tropical caracterizada por altas temperaturas, com pouca ou nenhuma estação seca), o PESC preserva cerca de 95% de sua área com remanescentes florestais, segundo dados do MapBiomas (2022).

A atuação firme das UC é destacada por Carolina Prudente de Oliveira, coordenadora da Diretoria de Pesquisas e Estudos Ambientais (DIPEA), da Superintendência de Políticas e Planejamento Ambiental (SPA) da Sema. “As Unidades de Conservação são instrumentos essenciais para garantir que nossas florestas continuem oferecendo os serviços ambientais que sustentam a vida. Elas representam um compromisso concreto com a biodiversidade e com as futuras gerações”, afirma a gestora.

Projeto Harpia

Outra iniciativa de preservação é o Projeto Harpia, iniciativa do Inema voltada para o enfrentamento ao desmatamento ilegal, que realiza o monitoramento de florestas e detecta o desmatamento quase em tempo real. Desenvolvido como uma solução tecnológica integrada de inteligência, vigilância e monitoramento ambiental e territorial, o projeto visa fortalecer a proteção de áreas sensíveis por meio do uso de tecnologias avançadas, como geoprocessamento, sensoriamento remoto, inteligência artificial e sistemas de dados espaciais. Com o Harpia, foi possível aumentar a área monitorada de 2% para cerca de 35% do território estadual.

"O projeto foi criado justamente para suprir a ausência de uma ferramenta capaz de detectar, em tempo hábil, a perda de vegetação nativa e apoiar de forma mais eficaz a fiscalização ambiental. Pela primeira vez na história da Bahia, passamos a contar com um sistema que permite o acompanhamento remoto do desmatamento, com dados disponíveis praticamente no momento em que as infrações ocorrem”, destaca a responsável pela Coordenação de Tecnologia da Informação e Comunicação (COTIC), Naira Duarte.

Com ações integradas, investimentos em tecnologia, educação ambiental e estratégias de conservação, a Bahia reafirma seu protagonismo na proteção das florestas e na construção de um futuro mais verde, justo e resiliente.

Fonte

Ascom/Inema