Programação do Agosto da Igualdade celebra legado da Revolta dos Búzios e reforça luta por direitos

A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia (Sepromi) lança a programação do Agosto da Igualdade, um mês repleto de atividades em Salvador e no interior do estado. A iniciativa, que celebra o legado da Revolta dos Búzios e já faz parte do calendário do Governo do Estado, busca ampliar o conhecimento sobre a história de luta do povo negro, fortalecer o letramento racial, impulsionar o afroempreendedorismo, além de combater o racismo e a intolerância religiosa.

“A Revolta dos Búzios é um símbolo da luta do povo negro pela liberdade e igualdade, e a programação deste mês vem para honrar essa história de resistência, reforçando nosso compromisso com a promoção da igualdade de direitos e o respeito à diversidade”, destaca a titular da Sepromi, Ângela Guimarães.

Entre as atividades de destaque, estão as edições da Feira Afro Bahia, que ocorrerão nos dias 10 e 11 de agosto em Lauro de Freitas e nos dias 14 e 15 em Cachoeira, durante a tradicional Festa da Boa Morte. O evento reunirá uma diversidade de empreendimentos negros, incluindo acessórios, moda, gastronomia, artesanato e cosméticos. O projeto inclui ainda oficinas de orientação do CrediAfro, uma linha de crédito com condições especiais para negócios liderados por pessoas negras. A peça teatral “Koanza: do Senegal ao Curuzu”, monólogo do ator Sulivã Bispo, chega ao Espaço Cultural da Barroquinha nos dias 09, 10, 11, 15 e 16 de agosto.

A programação também abrange a Caravana da Educação, com a exibição do filme “1798 – Revolta dos Búzios”, dirigido por Antônio Olavo, debates e exposição “A Iconografia da Revolta dos Búzios” em escolas estaduais de Salvador, além de workshops e palestras sobre letramento racial.

Revolta dos Búzios – Foi um importante movimento revolucionário popular que ocorreu em Salvador, em 1798. Com forte participação do povo negro, o movimento clamava por mudanças significativas, como a proclamação da República, o fim da escravidão e um governo mais igualitário. No dia 12 de agosto daquele ano, a cidade amanheceu com manuscritos espalhados em prédios públicos, convocando a população para a revolta com a emblemática mensagem: “Animai-vos, povo bahiense, que está para chegar o tempo feliz da liberdade. O tempo em que todos seremos irmãos. O tempo em que todos seremos iguais.” Este episódio é um marco na história da Bahia e do Brasil, simbolizando a luta por liberdade e justiça social.