O consórcio Enseada-Tenenge anunciou a reativação do estaleiro Enseada do Paraguaçu em Maragogipe, Bahia, durante a assinatura do protocolo de intenções com o governo do estado. O evento, realizado na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, contou com a presença de representantes do consórcio e do governo.
Com a retomada das operações, estima-se a criação de 3 mil empregos diretos e indiretos. O consórcio planeja implantar uma linha de montagem para fabricar balsas mineraleiras e graneleiras, com a expectativa de produzir 80 unidades em um período de três anos. O investimento previsto para esse projeto é de R$ 9 milhões.
O estaleiro Enseada do Paraguaçu, inaugurado em 2012, já foi um grande impulsionador do desenvolvimento econômico no Recôncavo baiano, chegando a empregar mais de 7 mil pessoas em seu auge. Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, o estaleiro foi fundamental para triplicar o PIB de Maragogipe durante esse período.
Atualmente, o estaleiro opera com menos de 15% de sua capacidade e emprega apenas 200 trabalhadores. Essa subutilização tem causado prejuízos econômicos significativos à região, levando muitos trabalhadores a buscar emprego em outras localidades. O custo de construção do estaleiro foi de R$ 3 bilhões, e sua plena reativação é vista como essencial para reverter esses impactos negativos.
A reativação do estaleiro também traz a expectativa de um renascimento da construção naval e offshore na Bahia. Mário Moura, diretor industrial e representante do consórcio, destacou a importância desse movimento para revitalizar a indústria naval no estado.
Em abril, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, anunciou que a estatal fará encomendas de 38 navios de apoio, com um investimento de R$ 2,5 bilhões. Espera-se que parte dessas encomendas seja destinada ao estaleiro Enseada do Paraguaçu, o que aumentará ainda mais a geração de empregos e renda na região.
A reativação do estaleiro é um passo importante na recuperação da indústria naval brasileira, que foi severamente afetada pela “Operação Lava Jato” e a crise econômica. A geração de empregos e a qualificação da mão de obra local são vistas como fundamentais para o desenvolvimento sustentável da indústria naval no país. Atualmente, 96% do transporte marítimo e de cabotagem de combustíveis no Brasil é realizado por navios estrangeiros, destacando a necessidade de uma frota nacional.
A retomada das atividades do estaleiro Enseada do Paraguaçu representa um marco na recuperação da indústria naval baiana e brasileira. Com o apoio da Petrobrás e investimentos substanciais, espera-se que a reativação traga desenvolvimento econômico, geração de empregos e fortalecimento da indústria nacional, produzindo uma frota brasileira para competir globalmente.
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