Na Bahia reinava o fumo para charutos. Plantado por pequenos lavradores, a fumicultura era uma tradição familiar transmitida de geração a geração em qualquer casa da zona rural. Era a maior fonte da economia de subsistência, garantindo a sobrevivência dos minifúndios. August Wilhelm Suerdieck, nascido na Alemanha, filho e neto de comerciante de fumos, ao ouvir que o fumo da Bahia era o melhor do mundo, aos 28 anos, decidiu vir para cá, aonde já chegou contratado para fiscalizar o enfardamento num dos centros da região fumageira.
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Em 1892, transcorridos quatro anos de sua chegada ao Brasil, August Suerdieck criou a empresa com o seu próprio nome, a Companhia Suerdieck, em Cruz das Almas. Atuava como exportador e enfardador de fumo, dedicando-se também ao cultivo das matas de São Félix e Cruz das Almas, conseguindo, pela experiência adquirida, obter as melhores e mais finas espécies de fumo até então produzidas.
Em 1899, chegou à Bahia Ferdinand Suerdieck, irmão de August, que se instala em Maragojipe, cidade em franca expansão. No ano de 1905, a Suerdieck decidiu iniciar a sua produção de charutos, afinal a cidade oferecia boas condições, a tradição da mão- de- obra das charuteiras, a localização favorável no eixo do Rio Paraguaçu e o fácil transporte de mercadorias através dos saveiros que faziam as travessias com Salvador.
Com a consequente implantação da Fábrica de Charutos Suerdick em 1905, completou-se o parque industrial, voltado para fabricação de charutos finos.
Durante uma viagem de férias, Ferdinand adoeceu, vindo a falecer em Luzern, na Suíça, no dia 17 de março de 1923, aos 47 anos, sem deixar descendentes.
O sócio remanescente, August Suerdieck – com 63 anos e residindo em Salvador, administrava a exportação de fumos, sua principal atividade empresarial – foi obrigado a definir o sucessor do irmão que vinha preparando para o comando da organização, onde, além do setor de charutos, já respondia pela lavoura fumageira da companhia. Assumiu o lugar na fábrica seu parente o Gerhard Meyer Suerdick, na condição de novo sócio.
Gerhard teve dois filhos com uma maragogipana, e em seguida, mais um filho com outra. Por fim, acabou se casando com uma das suas operárias, D. Tibúrcia, com quem teve quatro filhos, um desses quatros filhos foi o Sr. Geraldo Meyer Suerdieck, que esteve no comando da fábrica durante 27 anos. Com o falecimento do Sr. August Suerdieck em 1930, passa a assumir o controle dos negócios sua esposa, D. Hermine, que veio a falecer no ano seguinte.
Então, a fábrica passa a ser comandada por Gerhard Meyer Suerdieck e sua esposa Tibúrcia Guedes Meyer Suerdieck. Do ressentimento causado pelas atitudes de Tibúrcia em relação aos ex-colegas de trabalho, surgem as rimas jocosas na música cantada durante a festa da Lavagem da Igreja de São Bartolomeu, segundo diz a lenda, desmentida por antigos moradores.
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